Amélia Vieira
Traduziu a obra para português.
É poeta, autora de dez livros do género,
entre os quais Gabriel, da editora
Cavalo de Ferro
A partir do próximo fim-de-semana, o
DIÁRIO DE FELGUEIRAS (DF) começará a publicar, na íntegra, a obra As Centelhas de Torah, livro da autoria de Alain Hayat, que
aborda o judaísmo, inserindo-se a sua temática no âmbito da Filosofia e da
Religião. Alain Hayat é o actual director da Sinagoga de Lisboa.
Este livro nunca foi editado em língua portuguesa. É publicado, agora, em exclusivo neste espaço, graças à nossa colaboradora Amélia Vieira (poeta), que o traduziu para português e que, num gesto de simpatia e amizade, nos autoriza a sua reprodução, semana a semana, por partes, até à última página.
Este livro nunca foi editado em língua portuguesa. É publicado, agora, em exclusivo neste espaço, graças à nossa colaboradora Amélia Vieira (poeta), que o traduziu para português e que, num gesto de simpatia e amizade, nos autoriza a sua reprodução, semana a semana, por partes, até à última página.
Desta forma, cremos que estamos a
contribuir para a pluralidade do pensamento e para a salutar convivência de
todas as opiniões da sociedade.
Acerca
do autor
Alain Hayat nasceu em 1944 na
Tunísia, e foi marcado por esta época singular que foram os anos do pós-guerra.
Educado num ambiente patriarcal
tradicional por via familiar, a
sua vida seria alterada pela partida
forçada da Tunísia e o retorno às
origens em França, ao mesmo tempo que o
formidável crescimento económico na
Europa punha em causa os valores morais e o impressionante avanço das ciências
obrigava a um novo olhar sobre o mundo. Tendo tido oportunidade, nos círculos judaicos de Paris, de relacionar-se com
muitos professores e estudantes que iriam distinguir-se nos domínios políticos,
das artes e das ciências, foi assim iniciado no universalismo da sua própria
cultura de que é aliás, um fervoroso defensor.Sem nunca
abandonar os valores tradicionais
do judaísmo, Alain Hayat, com
formação em economia e
estatística, iria fazer uma carreira
como quadro superior de empresas,
carreira que fez dele um andarilho global. Uma sucessão de expatriações em
diversos pontos do planeta fizeram-lhe não só aprender várias línguas, mas
sobretudo confrontar –se com novas
experiências que iriam estruturar uma visão do mundo extremamente rica pela diversidade.
Por último Portugal, onde se encontra já
reformado, Alain Hayat é director da Sinagoga de Lisboa, dedicando-se à
propagação do ensino judaico e sua liturgia.
O
que diz o autor sobre a obra
Ao
escrever este livro de considerações gerais, pretendo ser fiel à tradição de Israel. Esta tradição
constitui um vector importante na história humana. Mas, pretendi apesar de
tudo, procurar uma aproximação pessoal. Pretendi, também, transcrever a visão dos problemas deste mundo
na compreensão dos problemas da humanidade visto que se alguma finalidade
existe, o objectivo não pode ser esperado senão
pela acção do homem. Não é fácil a abordagem de temas tão debatidos que
agitam o homem desde sempre e que encontro inscritos na Tora. Estes temas
tinham sido retomados, analisados, comentados e codificados nos mínimos
detalhes, entre outros, pelos sábios de Israel. Quis, portanto, a partir deste
livro , inserir a minha proximidade pessoal com a tradição, ao contexto
evolutivo do nosso mundo, onde gerações
sucessivas tendem a ignorar ou rejeitar as verdades admitidas por gerações
passadas. As novas vagas humanas procurarão um tipo de leitura cada vez mais
sofisticado e informativo. No entanto, o velho saber, poder-se-á sentir não
raras vezes como que assaltado. O meu
desejo de autor seria que a visão mais interior segundo a qual esta obra está
escrita fique impregnada do ensinamento dos sábios de Israel, eu, que não
procuro que seja uma obra apenas singular, mas que respeite em absoluto o
cânone dos valores do judaísmo.